Policiais militares são acusados de arrancarem as câmeras de segurança que teria flagrado a ação
Ray Pinto foi levado por policiais militares, nesta segunda-feira (22)
Por Clara Nery, às 18:41 - 23/02/2021

Familiares do adolescente estiveram no Instituto Médico Legal para fazer o reconhecimento do corpo (Foto: Reprodução/TV Band)
Familiares do adolescente morto durante operação da Polícia Militar no Campinho, Zona Norte do Rio acusam os agentes de arrancarem as câmeras de segurança de uma padaria que teria flagrado a ação policial.
Segundo os parentes, Ray Pinto estava na calçada de casa tentando conexão com Wi-fi para jogar no celular, por volta de 5:30, quando foi levado por policiais militares, nesta segunda-feira (22).
O primo de Ray, Lucas Isaias conta que viram policiais militares andando com o adolescente pelo morro.
As imagens mostram as câmeras do estabelecimento viradas para parede e fiação exposta de outros aparelhos que foram arrancados.
O corpo do jovem foi encontrado horas depois no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Ray estava com duas marcas de tiro. Um no abdômen e outro na perna.
Familiares do adolescente estiveram nesta terça-feira (23) no Instituto Médico Legal para fazer o reconhecimento do corpo.
A delegacia de homicídios que informou que os familiares do jovem e todos os policiais militares envolvidos na operação foram ouvidos. As armas dos agentes foram apreendidas e vão passar por perícia.
O tio de Ray, Felipe Pinto pede justiça.
Na segunda-feira (22), moradores da comunidade protestaram em uma das principais vias do bairro. Um ônibus foi incendiado e outro depredado pelos manifestantes. O motorista de um dos coletivos foi agredido e precisou de atendimento em uma UPA da região.
De acordo com a Polícia Militar, durante a operação na comunidade, três suspeitos morreram e um foi preso.
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