TCE apura irregularidades nos contratos de compra de equipamentos para combate à Covid-19
Desde o fim de abril, o Tribunal de Contas abriu 97 sindicâncias e três auditorias
Por Daniella Dias, às 17:15 - 29/06/2020 | Atualizado às 17:26 - 29/06/2020

Os contratos já chegam a cerca de R$ 1 bilhão e 68 milhões, cerca de 22,7% do orçamento da Saúde (Foto: Divulgação/Governo do Estado)
Com a pandemia de Covid-19, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio teve um aumento de 44% nos gastos em 2020 quando comparados com o mesmo período do ano passado. No entanto, diversos contratos firmados sob emergência para combater o coronavírus foram denunciados por irregularidades.
Desde o fim de abril, o Tribunal de Contas do Estado abriu 97 sindicâncias e três auditorias para apurar os contratos que, somados, já chegam a cerca de R$ 1 bilhão e 68 milhões, cerca de 22,7% do orçamento da pasta para 2020.
Os contratos firmados ultrapassam os valores investigados. O deputado estadual do PSD e relator da Comissão Especial de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública durante o Combate do Coronavírus, Renan Ferreirinha, classifica os hospitais de campanha como elefantes brancos.
Ao todo, pouco mais de R$ 400 milhões foram pagos às empresas admitidas. Mestre em políticas públicas pela UFRRJ, Karine Vargas ressalta que o superfaturamento foi observado até na aquisição de soro fisiológico.
Além da apuração sobre os contratos, alguns equipamentos obtidos também estão sendo investigados, como 97 respiradores comprados pela MHS Produtos e Serviços, que talvez não possam ser usados no tratamento de pacientes de Covid-19.
Os equipamentos, vindos da China, custaram cerca de R$ 176 mil, cada um. Em nota, a Secretaria informou que uma equipe técnica vai avaliar o desempenho e qualidade dos equipamentos por meio de testes por amostragem.
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