Tráfico teria utilizado o vizinho dos familiares das crianças desaparecidas para atrapalhar trabalho da Polícia
Os investigadores chegaram a ir a uma feira por onde os meninos teriam passado, mas a informação não foi confirmada
Por Clara Nery, às 16:01 - 13/01/2021 | Atualizado às 16:33 - 13/01/2021

As crianças estão desaparecidas há 17 dias (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
A Polícia Civil não descarta a hipótese de que o tráfico teria utilizado o vizinho dos familiares das três crianças desaparecidas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para tentar evitar que policiais realizassem uma operação policial na comunidade com o objetivo de tentar resolver o caso.
Lucas Matheus, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10, e Fernando Henrique, de 11 anos, estão desaparecidos há 17 dias. A corporação demora na investigação.
Segundo o secretário de estado de Polícia Civil, Alan Turnovsky, os investigadores chegaram a ir a uma feira por onde as crianças teriam passado, mas a informação não foi confirmada.
O homem acusado por familiares das crianças de ser suspeito pelo sumiço dos meninos foi levado à força por moradores da região até a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense na terça-feira (13). Ele chegou a ser torturado por traficantes antes de ir para a especializada.
O vizinho foi acusado de usar as crianças em um ritual de magia, mas ele negava envolvimento no desaparecimento.
A Polícia Civil constatou que o vizinho realmente não tem ligação com o crime. Ainda assim, ele permaneceu preso. Turnowski explica que o acusado foi detido por armazenar no celular dele conteúdos pornográficos infantis, envolvendo os próprios enteados.
A Polícia instaurou um inquérito policial para apurar a tortura realizada por traficantes da comunidade Castelar e orquestrada pelos responsáveis pelo tráfico na comunidade identificados como José Carlos, conhecido como Piranha, e Wiler Castro da Silva, o Estala, ambos foragidos da justiça.
Familiares e moradores inconformados chegaram a realizar um protesto nesta terça-feira (12), em frente à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Um ônibus foi incendiado. Ninguém ficou ferido.
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